Valéria Valenssa, a eterna Globeleza, abriu o jogo sobre os bastidores de sua saída da Globo e o impacto emocional que o desligamento causou em sua vida. Em entrevista concedida ao programa Sensacional, da RedeTV!, a musa do Carnaval revelou que enfrentou um quadro de depressão após ser dispensada pela emissora em 2005. Ela ocupou o posto de símbolo da folia na vinheta da rede durante 14 anos.
Segundo a dançarina, o problema não foi o fim do ciclo em si, mas a maneira como a decisão foi conduzida pela direção da emissora líder. Embora soubesse que o trabalho não seria eterno, ela e seu então marido, o designer Hans Donner, já desenhavam uma estratégia para a despedida. No entanto, a comunicação oficial da empresa atropelou o planejamento do casal, gerando um trauma profundo na artista.
Valéria Valenssa detalhou o momento em que recebeu a notícia de que não ocuparia mais o cargo. “Quando a Globo me chamou e falou que eles iriam colocar uma outra menina no meu lugar, não foi da maneira como gostaria. Naquele momento fiquei chateada, fiquei com depressão”, desabafou ela para a apresentadora Daniela Albuquerque. A substituição abrupta por outra modelo foi o gatilho para o período difícil que viveu logo depois.
Além do drama da demissão, a entrevista trouxe à tona o sacrifício físico exigido para a realização da famosa vinheta. Valéria contou que o processo de pintura corporal e gravação chegava a durar cerca de 30 horas. Para não estragar a arte feita em seu corpo, ela adotava medidas extremas, como a privação de líquidos. “Evitava tomar água no dia da gravação para não ir ao banheiro”, revelou.
O cansaço era tamanho que, em alguns momentos, a higiene pessoal ficava em segundo plano para garantir algumas horas de sono. “Às vezes, eu estava muito cansada, tirava só o grosso da purpurina, colocava uma roupa de manga comprida, calça e uma meia para não espalhar as purpurinas e ia dormir para descansar. Quando eu acordava, tinha que ir para a banheira”, explicou a ex-Globeleza sobre a rotina exaustiva.
A conversa também revisitou um trauma pessoal vivido por ela fora dos estúdios: o acidente aéreo de 1997. Valéria estava em um avião com Hans Donner que caiu na Baía de Guanabara. “Nem sabia se eu estava viva ou morta, porque foi tudo muito rápido. Veio um bombeiro, me colocou para boiar e disse assim: ‘Calma, Valéria, está tudo certo’. Pensei assim: ‘Pronto, me chamando pelo nome. Imaginei que já estava no céu”, relembrou.


